14 de ago. de 2011

Orgulho, orgulho, orgulho...


Apesar de não ler jornal diariamente como fiz outrora, nem acompanhar religiosamente a mídia televisiva, que nos traz todos os dias notícias de crimes e violências e toda sorte de roubalheiras, quer na esfera privada, quer na pública: apesar disso, li numa revista que a Câmara Municipal de São Paulo aprovou projeto instituindo o Dia do Orgulho Heterossexual – evidentemente um contraponto ao Dia do Orgulho Gay. Ora pois...
Para que tanto orgulho, gente? Devíamos era ter vergonha do que está ocorrendo neste país, mas deixa isso pra lá, que não quero afligir meu coração. Mas ainda assim o aflijo...
Orgulho. Orgulho gay, orgulho hétero, orgulho de origem, de classe, orgulho político, ideológico, religioso, orgulho de ser flamenguista, de ser branco, de ser preto, orgulho disso e daquilo... É muito orgulho, gente! Somos uma raça de orgulhosos!
Nada contra o brio pessoal, o amor-próprio e a auto-estima, que são normais e sadios, e que fazem as pessoas sentirem-se bem e conformes ao que são. Porém o orgulho exagerado é soberbia, é arrogância! E não será a arrogância a fonte de onde brotam os preconceitos e, por consequência, a discriminação? E a discriminação não levará ao desentendimento e à violência?
Creio que devemos focar na igualdade e não exacerbar as diferenças por meio de todos esses orgulhos. Mesmo que acentuar as diferenças pareça "politicamente correto". As diferenças devem ser tratadas, não com orgulho, mas com respeito. O bom e velho respeito. Só.